sábado, 11 de junho de 2011

Paterno

A situação é tão inadequada e sei tão pouco como agir que tenho que conter o riso criado pelo descontrole sobre as minhas maneiras quando próximo a ele. Assim que entrei no carro, fui tomado pela apatia e invadido por um perfume extremamente doce, talvez barato, que não abandonou minhas vias até pouco depois da chegada. As perguntas foram cuidadosamente escolhidas, preocupações pouco verdadeiras, concernimento nada convincente... só esquivando da fragilidade do que realmente precisa ser dito. As respostas, devidamente entregues, mas secas, não havia nenhum sentimento para revestí-las. O trajeto curto - não fosse os momentos em que sua mão pousava sobre minha perna, numa atitude fraternal antes comum - logo teve fim, desceram todos e depois de um abraço, também curto, virei as costas, pra ele e pro cheiro dela, que agora seria sua companhia. Ele se ofereceu pra outra carona, dessa vez pra volta, e eu respondi de qualquer jeito, agradecendo. De uma forma que deixou claro que não nos veríamos mais naquele dia. Em um relance, o vi entrando cabisbaixo no carro e quase me voltei pra assistir sua ida, mas não o fiz.

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